sábado, 14 de fevereiro de 2009

Comigo, só comigo.

Então eu agora dou as ordens: Ria para mim. Dance para mim. Pisque para mim. Toque no meu braço. Tire sua roupa como estavas no auge da sua sensualidade falsa. Me acompanhe nas avenidas. Admire os outdoors comigo. Diga que estou bonita. Ou então estarás sem seu maior romance, querida donzela. Prometo te dar as rosas das pétalas mais sedosas, todos os dias, finais da tarde; te levar para qualquer lugar; te levar comigo; te sonhar comigo; te casar comigo; te guardar; só comigo.
Elza del Castilo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

''É noite. Sinto que é noite
não porque a sombra descesse
(bem me importa se a face é negra)
mas porque dentro de mim,
no fundo de mim, o grito
se calou, fez-se o desânimo.

Sinto que nós somos a noite,
que palpitamos no escuro
e em noite nos dissolvemos.
Sinto que é noite no vento, noite nas águas, na pedra.''

Carlos Drummond de Andrade

Ôh meu amor!

''Aí diz o meu coração:
Que prazer tem bater
Se ela não vai ouvir
Aí minha boca diz:
Que prazer tem sorrir
Se ela não me sorrir também.
Quem pode querer ser feliz
Se não for meu amor.''
''Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.''
Manuel Bandeira

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O poema.

Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como uma pequenina moeda de prata perdida para
sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa
condição de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido na mortal beleza.

(Mário Quintana)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Vivo por ela inteira...

Vivo por ella - Andrea Bocelli
Vivo por ela sem saber se eu a encontrei ou se fui encontrado
Já não recordo com foi, mas ao final me conquistou
Vivo por ela que me dá toda a minha força de verdade
Vivo por ela e não me pesa
Vivo por ela eu também, não fique tão ciumento
Ela entre todas é a mais doce e quente como um beijo
Ela ao meu lado sempre está para apagar a minha solidão
Mais que por mim, por ela eu vivo também

É a musa que te convida a tocá-la suavemente
Em meu piano às vezes triste
A morte não existe se ela está aqui

Vivo por ela que me dá todo o afeto que lhe sai
Às vezes marca de verdade
Mas é um punho que não dói

Vivo por ela que me dá força, valor e realidade para me sentir um pouco vivo

Como dói quando falta

Vivo por ela em um hotel

Como brilha forte e alto

Vivo por ela na própria pele

Se ela canta em minha garganta, minhas penas mais negras espanta
Vivo por ela e ninguém mais
Pode viver dentro de mim
Ela me dá a vida, a vida

Se está junto a mim

Desde um palco ou contra um muro
No momento mais obscuro

Vivo por ela inteira
Cada dia uma conquista
A protagonista é ela também

Vivo por ela porque vai
Sempre me dando uma saída

Porque a música é assim, fiel e sincera para a vida

Vivo por ela que me dá
Noites de amor e liberdade
Se houvesse outra vida, a vivo por ela também

Ela se chama música
Vivo por ela, acredite



''Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.''(Caio F.)

''Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e música, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar uma das mãos no meu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar.'' (Caio F.)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Plácido e Carreras.

Eis uma história que nem todos conhecem, mas nos leva pensar se precisamos mesmo conviver com a rivalidade. Refere-se a dois dos três tenores que encantaram o mundo, cantando juntos: Plácido Domingo e José Carreras.

Mesmo quem não conhece a Espanha sabe que há uma grande rivalidade entre os Catalães e Madrilenos. Dado que os catalães lutam pela autonomia, numa Espanha dominada por Madri.

Pois bem...
Plácido Domingo é madrileno e José Carreras é catalão.
Devido questões políticas, em 1984, Carreras e Domingo, tornaram-se inimigos.
Sempre muito solicitados em todo o mundo, ambos faziam questão de exigir nos seus contratos, que só atuariam em determinado espetáculo se o adversário não fosse convidado.

Em 1987, apareceu a Carreiras um inimigo muito mais implacável que seu rival, Plácido Domingo. Porém, foi surpreendido com um diagnóstico terrível: Leucemia.

A sua luta contra o câncer foi muito difícil, tendo-se submetido a diversos tratamentos, a transplantes de médula óssea, além de uma mudança de sangue, que o obrigava a viajar mensalmente para os Estados Unidos.

Nestas circuntâncias, não podia trabalhar e apesar de ser dono de uma fortuna razoável, os custos elevadíssimos das viagens e tratamentos, dilapidaram suas finanças. Quando não tinha mais condição financeira, teve conhecimento da existência de uma fundação em Madri, cuja a finalidade era apoiar o tratamento de doentes com leucemia.

Graças ao apoio da fundação ''Formosa'', Carreiras venceu a doença e voltou a cantar. Voltou a receber os altos cachês que merecia, e resolveu associar-se à fundação.

Foi ao ler os seus estatutos, que descobriu que o seu fundador, maior colaborador e presidente da fundação, era Plácido Domingo. Depressa soube que Domingo tinha criado a fundação para ajudá-lo e que se tinha mantido em anonimato para que ele não se sentisse humilhado ao aceitar o auxílio do seu ''inimigo''.

Mas... O mais comovente foi o encontro de ambos.
Surpreendendo Plácido Domingo num dos seus concertos em Madri, Carreras interropeu a atuação deste, subindo ao palco e humildemente, ajoelhou-se a seus pés, pediu-lhe desculpas e agradeceu-lhe publicamente.
Plácido ajudou-o a levantar-se e com um forte abraço, selaram o início de uma grande e bela amizade.

Mais tarde, uma jornalista perguntou a Plácido Domingo, porque criara a fundação ''Formosa'', um gesto que além de ajudar um ''inimigo'', ajudava também o único artista que poderia fazer-lhe concorrência. Sua resposta foi curta e definitiva: ''- Porque uma voz como aquela não poderia perder-se.''


Esta é uma história real da nobreza humana e deveria servi-nos de inspiração e exemplo.







''Eu sou poeta e não aprendi amar...''

Nada.


Virei uma estátua da porcelana mais fria. Faz tanto tempo que não abraço ninguém, acho que se eu abraçasse agora eu me dissolveria em moléculas.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A dor em uma melodia.


ERA é uma banda de canto gregoriano. Fico sem palavras ao falar sobre essa belíssima banda, é inevitável não se emociona com cada canção, cada verso. Suas músicas são cantadas em Latim, inglês e ainda uma linguagem imaginária. É fantástico!


Ameno (Tradução)

Ameniza

Sinta minha dor
Absorve-me, toma-me
Sinta minha dor
Liberta-me, liberta-me
Descubra-me , descubra meus sinais
Sinta minha dor

Suaviza (esta dor), conforta-me
Perceba, perceba
Mutilaram-me, machucaram-me
Liberta-me

Suaviza (esta dor), conforta-me
Liberta-me
Suaviza (esta dor), conforta-me
Liberta-me, ameniza a dor
Ameniza minha dor
Ameniza minha dor

Liberta-me, Senhor
Alivia minha dor, Rei
Ameniza minha dor
Ameniza minha dor

Tira-me esta dor, Senhor

Crepúsculo nublado.

Eu saio de manhã e olho para o céu, um céu de nuvens e madrugada do crepúsculo enfrenta-me. Para muitos isso seria um mau presságio, mas para mim, é um sinal de sorte. Seria sorte? Felicidade? Amor? Não tenho forma de saber ao certo, a única maneira de saber é se manter em curso esperando o melhor no que faço, Eu sorrio todos os dias, esperando grandes coisas a acontecer mas nada de importante acontece. Algumas pequenas coisas boas aqui e ali mas de outra forma semelhante a uma média diária. Havia realmente alguma sorte? Qualquer alegria ou amor? Eu começo a refletir isso como eu faço o meu caminho de casa, pensando o que tinha acontecido: foi neste dia cheio de sorte, ou não? A maior parte do meu tempo foi ao repouso e a aula, nenhum trabalho real caiu no meu colo, a todos os turvo crepúsculo inspirou a mim e a minha arte e me deu muitas ideias únicas. Então eu percebi que era anteriormente despercebido. Nem todas as coisas boas são grandes. Pensei, só porque não era especial não significa que hoje não foi bom. Como eu percebo isso, o turvo crepúsculo do entardecer começa a se transformar em chuva...


Deixe a janela aberta quando ela chegar.


A vela luz pisca, cortinas recebem um sopro suave, a ligeira brisa que vem através da janela aberta. Ela se senta, cabeça colocada suavemente na palma da sua mão a olhar para o céu cinzento escuro. O som é calmante, suavemente aranzel de água caindo sobre o telhado. A chuva é persistente, que vem em folhas espessas que cobrem as ruas e passeios laterais em uma brilhante camada de água. Seus olhos nunca desviam do céu cinzento escuro, trovoadas piscam tantas vezes. Um pequeno rasgo gere a sua trilha para baixo sua bochecha, recordando os dias quando ela ia esconder sob sua cama. O que ela temia uma vez que ela já tenha crescido ao amor. "O medo não é com a chuva." Ela disse: ''A vida está na chuva... Ela está na chuva.''

A poesia deste lugar, qual meiga donzela.

Às vezes eu derramo tudo, choro tudo, quebro tudo. Engasgo-me com minhas próprias palavras, com meus próprios pensamentos e paixões. Sinto tanto a Arte. Sinto tanto a Literatura. Sinto tanto a melodia. Sinto tanto o mundo. Sinto tanto as pessoas. Sinto a fotografia. Sinto as vanguardas. Sinto o cristianismo. Sinto tanta beleza. Como se eu pudesse beber tudo e ficasse embriagada e no outro dia ter ressaca. Estou entrando em erupção. Algo está preste a sair de mim e enfeitar tudo, como se eu fosse vomitar beleza e arte. Incessantemente. Talvez eu tenha acreditado muito em contos de fadas, assistido muitos filmes, visto muita arte. Sou uma sonhadora. Tudo é tão belo, cada detalhe é extraordinário. Estou enlouquecendo? Sou uma sensível nata? Me acude! Acho que estou sendo absorvida pelo quadro Guarda-Chuva Paradoxal.


Elza del Castilo.