sábado, 27 de junho de 2009

King of pop


És uma estrela de brilho eterno.

Nossos olhos estarão sempre refletindo esse seu brilho com toda admiração e amor que conquistaste de nós atráves da música.

Esteja em um lugar belo, na paz de Deus.


Michael Jackson
1958 - 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Por esse motivo não mandei cartas.

Só sei em todas as circunstâncias ser íntima: por isso sou mais uma calada.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tatuagem


Faço pinturas de sonhos e pinto a lua na tua mão. Misturo o vento e a lama, piso os luares perdidos no chão.

Faço pinturas de guerra que eu não sei apagar. Pinto o sol da cor da terra, e a lua da cor do mar.

Mafalda Veiga

domingo, 14 de junho de 2009

Folhas.

No outono que chora lágrimas sempre secas.

Noite.

Sopro a Lua amarela que parece o Sol e sua poeira esvoaça pelo sereno. Vejo-a dançar valsa com as nuvens que criam desenhos.

sábado, 13 de junho de 2009

Rainha.


Mas avisto os teus olhos, meu Amor,
Duma luz suavíssima de dor...
E grito então ao ver esses dois céus:

Eu creio, sim, eu creio na Virgem Santa
Que criou esse brilho que m'encanta!
Eu creio, sim, creio, eu creio em Deus!
Florbela Espanca

Eu

''Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo prá me ver e que nunca na vida me encontrou.''
Florbela Espanca

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Invalidez

''Ser intelectual cria apenas perguntas, não respostas. Você pode encher a sua vida de ideias e mesmo assim ir pra casa sozinho. O que realmente importa são os sentimentos.''
Janis Joplin

Sob o Céu de Saigon.

E porque o mundo, apesar de redondo, tem muitas esquinas. (...) E então como se um anjo de asas de ouro filigranado rompesse de repente as nuvens chumbo e com seu saxofone de jade cravejado de ametistas anunciasse aos homens daquela rua e daquele sábado à tarde naquela cidade a irreversibilidade e a fatalidade da redondeza das esquinas do mundo - ele olhou para ela e ela olhou para ele.

Caio F.

Só os pássaros são felizes.

Ao cochilo de toda tarde, sua mãe abre a janela do seu quarto e o resto do sol reflete na sua pele, seus lençóis e a desperta junto com os eufóricos pássaros da vizinha idosa.
_ Mas que diachos de gritaria animal é essa? perguntou com um tom aborrecido.
_ São piriquitos, patos e papagaios - respondeu sua mãe.
_ Por que eles estão gritando?
_ Porque é um lindo final da tarde, eles fazem a festa.
(Silêncio)

Então ela reparou no espetáculo que o sol fazia todo fim do dia e teve fé nos olhos daquelas aves que observavam as folhas das mangueiras virarem ouro, tão douradas pelo sol, que ela pensou em roubá-las.

Elza del Castilo. (Uma história real)


domingo, 7 de junho de 2009

Primavera secreta.

Não só inalcançável por ele, mas por ela própria, e pelo mundo. Ela vivia de um estreitamento no peito: a vida.

Ela se guardava. Por que e para quê? Para o que estava ela se poupando? Era um certo medo da própria capacidade, pequena ou grande, talvez por não conhecer os próprios limites.

O que ela era, era apenas uma pequena parte de si mesma.

Sua alma incomensurável. Pois ela era o Mundo. E no entanto vivia o pouco.

Clarice Lispector.

Diálogo.

Se ele tivesse coragem de contar-me o que sentia, eu iria respondê-lo mais ou menos assim e bem calma: A condição não se cura, mas o medo da condição é curável.

Aprendizagem e prazeres.

Ah, e a falta de sede. Calor com sede seria suportável. Mas ah, a falta de sede. Não havia senão faltas e ausências. E nem ao menos a vontade. Só farpas sem pontas salientes por onde serem pinçadas e extirpadas. Só os dentes estavam úmidos. Dentro de uma boca voraz e ressequida os dentes úmidos mas duros — e sobretudo a boca voraz para nada. E o nada era quente naquele fim de tarde eternizada pelo planeta Marte.

Clarice Lispector

sábado, 6 de junho de 2009

O Afogado.

– Não tenha medo — disse. – Eu te protegerei.
– Não tenho medo. E não preciso de tua proteção.
– O que há em ti que não compreendo?
– O que há em mim e não compreendes é o mesmo que há em ti, e tampouco compreendes.
Sorriu. Os dentes muito claros. Os olhos azuis. Punhalada de luz.
– Eles são capazes de tudo.
– Eu sei. Também eu sou capaz de tudo.
– Preciso descer. Não quero que morras.
– Também eu não quero que morras. Mas morreremos.

Caio F.

Dentro, fora.

Essa maldita compreensão sangrada de tudo, dói.

Milhas e milhas

Afogar a dor em uma limonada, sonhar com dias chuvosos e noites em claro perto da lareira, e conversas incertas sobre dias melhores... É distante.

...

Você mudou minha filosofia.
Nunca deixarei você apenas passar por mim.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Batalhas da alma.

Onde encontrava-se a coragem, sonhos e objetivos que a pertenciam? Partiram.
Morreram dentro do seu crânio, foram enterrados em seus olhos e escorreram. Basta olhá-la e poderia acompanhar o eterno velório e sentir o ar fúnebre. O que restou? Além da sua carcaça com o destino ao sucatão, passos ligeiros que dobravam todas as esquinas, o olhar que fugia de todo os corpos que pulsam e um tanto de fé que não movia nem montanhas.

Ela tinha medo.


Elza Del Castilo