segunda-feira, 27 de julho de 2009

Na praça o circo continua.


É nesse tom, nessas cores sujas e borradas está o que procurei inutilmente dentro da caixa no vácuo de mim? Oh, céus, o que na verdade procuro? Nada me sacia, meu amor. Nada toco, meu amor. Nada dura. Não quero encontrar um futuro vivendo entre pílulas anti-depressivas e a consulta do analista. É nessas horas que tenho vontade de ir a igreja e conversar com um padre, ou pegar uma linha de ônibus que nunca havia pego antes e parar em uma parada distante. E talvez, ouvir de um estranho ''que horas são, moça?''.
Nem sempre preciso existir, mas vez enquando é bom.

E hoje...

Eu poderia soltar flores, correr até o anoitecer em direção a liberdade e dançar qualquer coisa nesse porto onde ninguém desembarca.

domingo, 26 de julho de 2009

Janela de domigo.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sweet dia.

As conversas se estendem devagar na tarde, a doçura visita-os, as palavras tem o sabor da maresia, o vento os leva o cheiro da palmeira e da grama limpa, a brisa do rio esvoaça os cabelos como se quisesse voar para aquele telhado cor de aníl.
E no olhar dela um rastro de sol que o encanta e o faz chorar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A espera é longa.


_ Espere...
_ O quê?
_ Não sei, só espere... Quero que espere... Um pouco.
_ Tá...
_ Mesmo?
_ Não sou um conceito, sou só uma garota ferrada procurando paz de espírito. Não sou perfeita...
_ Não vejo nada que não goste em você...
_ Mas verá!
_ Agora eu não vejo!
_ Eu vou ficar entediada e me sentir presa... Pois é isso que acontece comigo.
_ Ok...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Gargalhada


(...)
Escuta bem:
Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah!
Só de três lugares nasceu até hoje essa música heróica:
do céu que venta,
do mar que dança,
e de mim.
Cecília Meirelles

.

Andar nas calçadas malfeitas já não faz muito sentido. Abrir a janela que vai para o muro velho já não faz mais sentido. Uma vida bandida caíria bem, mas é muito criminoso, perigoso. Se encontrar e perder o caminho não faz sentido também, é burro. Aplaudir uma miss de qualquer coisa sem chance. Então, o que resta? Uma novela ensaiada, uma música de outros sentimentos, horários determinados, no jornal mais uma desgraça.
E
essas
letras
erradas.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Blues do elevador - Zeca Baleiro.

Ora quem é que não sabe o que é se sentir sozinho
Mais sozinho que um elevador vazio.
Achando a vida tão chata
Achando a vida mais chata do que um cantor de soul.

Sou eu quem te refresca a memória
Quando te esqueces de regar as plantas
E de dependurar as roupas brancas no varal.
Só faz milagres quem crê que faz milagres.
Como transformar lágrima em canção.

Vejo os pombos no asfalto, eles sabem voar alto
Mais insistem em catar as migalhas do chão.

Sei rir mostrando os dentes e a língua afiada
Mais cortante que um velho blues.

Mas hoje eu só quero chorar como um poeta do passado
E fumar o meu cigarro na falta de absinto.
Eu sinto tanto, eu sinto muito, eu nada sinto.
Como dizia Madalena replicando os fariseus
Quem dá aos pobres empresta a Deus.



Ótima música para dias cinzas, em que o ponteiro do relógio passa mais lentamente ironizando sua agonia, em que vozes são comparadas com buzinas, em que a fumaça do velho tabaco substitui um abraço.

As noites são guardadas.

_ Elza, ''essa vida é a mais estranha que já vivi.''
Por que você faz sentido? Ou talvez seja apenas o Pequeno Príncipe que tenha entendido tudo sem ao menos ter vivido diretamente isso...
''É o tempo que dedicas a tua rosa, que a faz importante.''
A madrugada é toda sua... e fico feliz por isso.
Não há sentido, é que minha alma é velha.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Refém dos ponteiros frenéticos

Sem medo. O futuro é lindo. Permita.

domingo, 5 de julho de 2009

Sequer um pingo.

É preciso ter paciência
tu dizes
palavras não caem como chuva

não se deixe molhar
impunemente
Herbert Emanuel, meu professor de Filosofia.

Janela no domigo.

Sol, sono.

sábado, 4 de julho de 2009

Doçuras


''Em terras de guarda-chuvas, arco-íris são pontes.''
Sady.

Recordações amargas

Ele copiou um trecho da tradução de Let There Be Love do Oasis e me deu, dizia assim:
Venha, garota triste.
Mexa seus olhos cansados, o mundo está lhe esperando.
Talvez todos os seus sonhos encham o céu vazio.
Mas se a faz feliz, continue a bater palmas.
Apenas lembre-se que eu vou estar sempre ao seu lado.
E se você não deixar para ir, isso vai passar por você.

Meus olhos não se mexeram, o céu continua vazio, bati poucas palmas, ele não esteve ao meu lado. E passou...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Carta

Meu caro, meu Caio,

Sinto falta do teu cheiro íntimo sem nunca senti-lo, sinto falta de teus abraços sem nunca tocá-lo, sinto falta de ouvir teus contos baixinho sem nunca ouvi-lo, mas a imaginação não dá trela, tu sabes, estamos ligados pela palavra e é brutamente forte. Pensei em convidá-lo para andar por aí, sentir o cheiro dos motores, olhar as luzes dos postes deteriorados, ir a um mercantil e comprar um Bacana ou refrigerante ou um 'chopp', depois assistir Caminho das Índias, sei bem que gostas de novelas, logo, te mostro meus textos que fiz pensando em ti, e se quiseres adoraria ouvir tuas histórias.
És companhia perfeita, vivo ou morto.

Sua parceira
Elza del Castilo

Ou ela partirá para longe

Toque nela com cuidado, senão ela foge.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Outras vezes fica interessante.


Trova

Coração que bate-bate...
Antes deixes de bater!
Só num relógio é que as horas
Vão passando sem sofrer.
Mário Quintana

quarta-feira, 1 de julho de 2009

No harmonioso lar.

Dias difíceis.

Lâmpada do Aladin

Quero apenas cinco coisas: Primeiro é o amor sem fim. A segunda é ver o Outono. A terceira é o grave Inverno. Em quarto lugar o Verão. A quinta coisa são teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda