quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Minhas asas azar.

Ela estava toda desleixada, pensa: no meio da tarde pegando ônibus com a temperatura de 35ºC ninguém é bonito. Deveria estar às 15hrs no colégio, mas chega na parada às 14:50, com medo de se atrasar mais ainda pega qualquer ônibus, para o azar dela o ônibus pára léguas longe de seu colégio. Então lá vai ela, andando milhas e milhas sob o sol que faz neguinho ficar azul, atravessa sinal aberto, com suas pernas trêmulas de tanto caminhar ela chega ao tão esperado colégio, Deus até deu uma forcinha - quando chegou lá o elevador havia aberto as portas somente para ela. Iria fazer provas de Linguagens no 6º andar, não havia estudado mas estava lá, a inspetora a barrou, seu atraso a fez perder a prova. Ela respirou fundo com olhos cheios de lágrimas, disse: não acredito, não acredito, não acredito, a vida estar de mal comigo. Pensou em ligar para a mãe e avisar que estava cansada e se ela poderia buscá-la, mas lembrou que quando saiu de casa sua mãe estava no salão de beleza e que não sabia o número novo do celular dela. Não teve jeito. Ela voltou caminhando com malemolência para a parada de ônibus, passa na frente da igreja e faz o sinal da cruz. Pega o ônibus que normalmente vai vazio naquele horário, mas o mundo estava em caos, estava lotado. Por fim das contas, ela chega em casa e não tem coragem de sair novamente e ir até o cursinho para assistir a aula de História que ela tanto gosta, e dorme até o outro dia pra curar a porrada que o mundo a deu, alguém a pregou uma peça e ela caiu.

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