quarta-feira, 12 de abril de 2023

Trintei!

Querido blog, 

Eu iniciei o Meu Videotape aos 15 anos, em 2008. O tempo passou, embora a frequência das postagens tenham diminuído, o blog continua vivo e genuíno, o meu segredo, apesar de aberto ao público. 

Estamos em 2023, e hoje faço 30 anos. Meu Deus, como o tempo passa depressa! É uma frase clichê, mas faz todo sentido quando a ficha começa a cair... 

Aqui escrevi meus sonhos da adolescência, quando eu mal sabia sobre a vida e seus percursos e percalços. 

Desde sempre fui obstinada e sonhadora, meio doidinha... Mas graças a esses traços da personalidade, eu realizei tantos sonhos. Cruzei o oceano sozinha, consegui um trabalho estável e muito bom, estudei e estudei, tornei-me professora universitária, ajudo minha família e, começo a trabalhar por novos sonhos. 

Foram caminhos de muitos choros, meu coração fora quebrado muitas vezes, muitas vezes desacreditei de mim e da minha capacidade, deixei que falassem coisas cruéis. Mas tudo isso foi passado, e me fez florescer, aprender e seguir. 

Eu estou na minha melhor fase da vida, e nunca irei me esquecer disso. 

Estou exatamente onde deveria estar. 

Meu coração vibra na bondade, na abundância e generosidade. 

Que venham novos anos! Que venham novos sonhos! Que venham novos caminhos! 

Estou disposta e de cabeça erguida. 

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Estou na semana do meu aniversário...

 Faço 30 anos daqui a pouco.

Sinto-me afogada em mim mesma, nas minhas paixões e ambições. 

Estou com velocidade, sinto que é o momento pra isso, sem tempo a perder, tudo ou nada, oito ou oitenta. 

Repito pra mim mesma: "é hora de fazer acontecer"

Já realizei muitos sonhos na vida, estou bem, estou com dinheiro, saúde e sou bem-sucedida. 

Mas, falta algo que não sei. Quero mais. Quero acelerar e alcançar. O que ao certo? Não sei. 

Estou me atropelando? Estou sendo tóxica? Estou me autosabotando? 

Não sei... não sei... 

Era um momento que achava que teria mais certezas, tenho muitas dúvidas. 

Perdida em mim mesmo. 

Enquanto eu escrevia este post, eu me distraí. (risos)


Deus, eu já pedi muitas vezes clareza para ver qual é o meu caminho... 

Começo a pensar que viver é o mesmo que estar preso em um labirinto ou no mar do ego. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Retrospectiva

 Janeiro: Um mês de saudade, de reinício de uma nova rotina. Depois de Brasília e suas aventuras, retornei a Macapá. Precisei de paciência. Exercitei-me. Pintei o cabelo. Precisei fazer escolhas que mudaram o rumo da minha vida. Fui corajosa. Dei início a minha jornada para cruzar o oceano. 

Fevereiro: Vivia uma comédia romântica dos tempos modernos: à distância. Estive feliz e empolgada. Estava disciplinada. Trabalhei, li, estudei. Fui amparo para minha família. Estava com energia alta. 

Março: Persistia firme nos meus objetivos. Comprei malas. Pagava minhas contas. Economizava. Fui amparo para minha família. Estive cansada, sentia-me pouco longe da energia feminina, mas precisava ser forte. Passei rápido em Brasília e consegui me divertir, embora sozinha. Estive com energia alta e otimista. 

Abril: Lembro do mês ter iniciado com um susto, a cadela de casa passou mal e minha família precisou muito de mim e da minha atitude. Depois veio o meu aniversário e foi um momento feliz pra mim, comemorei bastante com a minha família e amigos. Estava cansada. Dinheiro, a viagem, o relacionamento, as dívidas, os estudos, tudo isso tomava muito minha atenção/energia. Comecei a ver sinais de que meu coração iria quebrar, mas não quis acreditar. 

Maio: Meu coração quebrou, foi golpeado de forma lenta e muito dolorosa. Talvez minha maior dor tenha sido em me recusar a ver o que estava acontecendo. Chorei, por semanas chorei. Embora mantivesse tudo em ordem nos demais aspectos da minha vida. Apeguei-me a espiritualidade e à minha mãe. Passei 3 dias em Brasília, e a tristeza me acompanhava. 

Junho: Depois de algumas semanas em tristeza e sem ânimo. Aceitei o que havia acontecido. Comecei a ter novamente alegrias. Lia bastante. Pintei o cabelo novamente. Disfarçava a tristeza. Cuidei do dinheiro. Aumentei minhas forças. Tirei minhas primeiras férias: viajei. Cruzei o oceano pela primeira vez. Dia 25 de junho de 2022 pisei no solo europeu. Sozinha, mais forte que uma muralha. 

Julho: Desbravei terras desconhecidas. Meu passos eram firmes, mas nos meus olhos lágrimas solitárias caíram. Estive reflexiva. Estive deslumbrada por aquele mundo novo para mim, velho para o restante. Conheci pessoas novas. Fiz amizades. Vivi novos amores. Emocionei-me com o belo, com a minha força, pela mudança que estava ocorrendo. No entanto, algo me fez cair de novo: adoeci de COVID-19, meu macbook quebrou e o dinheiro estava por acabar. Mais um momento que precisei da minha resiliência e força. A vida precisava testar a resistência da fortaleza que eu me tornei. Neste mês, despedi-me para sempre da história que havia quebrado meu coração, mas encerrei com gratidão. 

Agosto: Vivi um romance comigo mesma, com minhas amizades e com as paisagens lindas que eu vi. Estive grata. Era o mês do meu retorno para casa. Foi um mês leve e tranquilo. Estava um pouco cansada fisicamente da vida intensa de turista. Na minha última semana em Lisboa, conheci de forma despretensiosa um rapaz. Ele veio para acompanhar este mês tão suave quanto a brisa no rio Tejo. Foi um amigo, trouxe-me diversão e paixão. Arrumou minha mala e me levou ao aeroporto. Na despedida, tomada pela emoção e pressa, disse-lhe: "Tu és algo que eu precisava na minha vida e eu não fazia ideia que eu precisava." Cheguei em casa: Brasil.

Setembro: Precisei parar obrigatoriamente em Campinas/SP. Não gosto desta cidade. Mas, andarilha como sou... Fora tempo do trabalho, passei um tempo ociosa. Recebi uma chamada de vídeo, o meu rapaz português surpreendeu-me com a coragem de vir ao Brasil e ficarmos um tempo juntos, um pouquinho a mais do que aqueles 4 dias em Lisboa. Fiquei surpresa e não soube bem como reagir, mas para uma aventureira como eu... perguntei-me "por que não?". Ele chegou e vivi o que eu não esperava. 

Outubro: Fortalecemos laços. Ele conheceu minha família. Apaixonei-me. Senti saudades precipitadamente. Parecia que eu vivia um sonho e estava a beira de ser acordada. Vivemos bons momentos, mas a realidade parecia bater à porta. A vida é mesmo assim... Começamos a namorar, não sabíamos como seria, mas não queríamos encerrar nada ali, apesar do regresso dele, da distância... 

Novembro: Ele retornou aos meus braços, sem data de partida. Veio para ficar. Enfrentou família, largou o trabalho, os amigos, o país dele e veio. Entrou na minha vida de uma forma linda e mostrou a força desse sentimento por ações. Esteve ao meu lado quando adoeci, no ócio, no tédio, na preocupação. Nada se esconde. Os estudos com as finanças continuam, comecei a investir. 

Dezembro: O mês iniciou com uma grande perda: o Thoca morreu. O cachorrinho de casa, o grande amor da minha mãe. É uma perda que até agora sentimos. Fui forte, por todos e por mim. A tristeza continua e acho que não vai embora. Apenas a aceitação, acreditar no dedo da espiritualidade atrás de tudo e a união da minha família trouxe consolo. Há o aniversário do meu amor este mês, no dia 16. Haverá o natal e ano-novo, minha família está reunida e todos desfrutam de boa saúde. Estou feliz. 


Aprendi muito com 2022. Parece que vivi 5 anos em 1. Mudei muito. Cresci muito. 

Estou orgulhosa de quem sou, do que eu vivi, do que eu passei. Não mudaria nada se eu pudesse voltar ao tempo.


quarta-feira, 8 de junho de 2022

Pós-jogo

 Imagine um jogo de xadrez entre duas mentes brilhantes. 

Mas, eu jogava com todas as peças: as brancas e pretas. Egoísmo? Talvez. Fiz movida pela emoção, paixão, expectativa e idealizações. 

No entanto, eu perdi. Perdi para mim mesma. 

Ao final, sobrou-me o cansaço. Talvez seja por isso eu tenha me levantado e enxugado as lágrimas com rapidez, olhei pra frente. Admito meus erros e colho as lições. Não há jogadores e estratégias perfeitas. Existe apenas o jogo e as consequências. 

Serei adulta para lidar com essa derrota, 

prosseguirei com os jogos, 

eu só quero ter um intervalo. 

da próxima vez, eu quero um jogo justo e limpo. 

Comigo e com o outro.

domingo, 29 de maio de 2022

A aventura e desventura do Eu

 A torre, construída em areia movediça, desabou. Era a chegada a hora. 

Sobrou os escombros, a dor, as memórias, a tristeza, as angústias, os medos. 

Ora... 

Sobrou a mim. Ainda inteira. Ainda firme. Ainda com vida. 

Farei diferente dessa vez: não irei ficar submersa no sofrimento por mais tempo; não entrarei no desespero de reerguer uma outra torre na areia; não procurarei distrações para fugir da realidade que não me aprazível; não alimentarei o meu ego para provar algum coisa a alguém; não vou publicar minhas lamentações; não irei procurar subterfúgios em coisas superficiais. 

Minha estratégia será na racionalidade. Na compreensão e na busca incessante da minha melhor versão.

Estou disposta a construir uma fortaleza. Consistente. Segura. Imponente. Gloriosa. Para muitos, impenetrável. Uma fortaleza de espírito cujo projeto arquitetônico é realizado por dor e amor. 

Nunca será destruída. 

Serei arquiteta, construtora, imperatriz, combatente. Serei tudo na minha fortaleza. 

Disposta a proteger-me e guerrear se preciso for.

Eu, verdadeiramente, estou disposta a construir do zero, colocar cada pedra diariamente e em breve, concluí-la, mas com a consciência de que sempre haverá pequenas reformas, ampliações e mudanças.

Estou comprometida com a minha fortaleza, com o meu espírito e comigo. Apenas resta o meu agradecimento a cada acontecimento que fez ser lapidada para sobreviver. Tornei-me poderosa.


Tudo mudou

Eu recebi um choque da realidade, mas é um choque que não é inédito. 

É algo que se repete. Talvez eu não tenha aprendido a lição, e por isso se repete. 

No entanto, minha reação é diferente. Pela primeira vez eu sinto coragem o suficiente para olhar pra mim, de modo integral, a luz e a sombra de mim. Profundamente, intensamente. 

Percebo a aventura complexa e difícil que é lidar com meu próprio Eu. Quero fazer, agir e pensar diferentemente do que fui condicionada por todos esses anos. 

Há 1 mês, eu desejava segurança, estabilidade, previsibilidade, por medo... Medo da mudança e do desconhecido. Medo de encarar a realidade diversa e a minha versão perdida no meio.

Empreendi em uma navegação ao oceano do desconhecido, literalmente. O oceano atlântico, um continente desconhecido, um país em branco. Mas também no oceano desconhecido em mim. O descobrimento é certo, mas o que será? Não sei, apenas desejo conhecer, desbravar, compreender. 

Eu quero o novo. 

Eu quero a ousadia dos descobridores portugueses. O comprometimento com o meu Eu, independemente do que eu encontrar. 

Quero o melhor de mim. O melhor do novo. A coragem para mudança. A solidez emocional e material. A sabedoria para trilhar o caminho do meu universo, em que o meu tempo seja bem utilizado e os benefícios compartilhados. 

Quero sair da caverna de Platão, da escuridão, da familiariedade e conforto. 

Quero a luz sob tudo: o feio e o belo.

terça-feira, 10 de maio de 2022

Tempo

Invernos. Impérios. Mistérios. Lembranças. Cobranças. Vinganças

Assim como a dor que fere o peito.

Isso vai passar também.


E todo o medo, o desespero e a alegria. 

E a tempestade, a falsidade, a calmaria 

E os teus espinhos e o frio que eu sinto.

Isso vai passar também.


Saudades.Vaidades. Verdades. Coragem. Miragens

E a imagem no espelho. Como a dor que fere o peito

Isso vai passar também.


(Sandy - Tempo)