quinta-feira, 12 de maio de 2011

História de Luiza e uma casa

A porta de Luiza quebrou, é uma porta de madeira com décadas, cupins devoraram. Com o passar das semanas a janela de Luiza quebrou, é uma janela de madeira com décadas, cupins devoraram. As paredes de Luiza começaram a rachar, parede de tijolo com décadas, infiltrações odiosas! O teto de Luiza começou a se degradar, teto de madeira com décadas, cupins famintos! O piso de Luiza começou a desfazer, piso de décadas, maldito solo! Maldito tempo!

Luiza cantou melancolicamente:
Mas era feita com muito esmero,
Na rua dos bobos, número zero.

E a melancolia foi embora. Velha máxima: Quem canta os males espanta. Luiza olhou ao seu redor e viu que o seu teto agora era um céu estrelado noutras vezes tinha apenas uma estrela dourada. Suas paredes era por onde o vento seguia. Não há mais portas, ela se sentia livre e deixava as pessoas livres para entrarem quando quisessem. Sua janela agora é imaginária, a sorte está livre para tocar Luiza, os ventos bons agora entram na essência de Luiza sem precisar de janelas. E o piso? Agora é pés descalço vagueando por terras molhadas, gramas. Agora ter tapete na porta de casa não faz mais sentido.


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