quinta-feira, 21 de abril de 2022

tal como é

 Choro. Copiosamente eu choro. 

Eu prefiro fugir, partir para outra estrada, a encarar a minha realidade, a dor do meu coração. 

Não importa o que eu faça, o que eu seja, o que eu saiba, o que eu leia, o que eu sacrifique. Nada importa. 

Eu queria ser amada. Valorizada. Zelada. 

Mas tudo recai nos meus ombros. Estou cansada, então eu fujo. 

Andarilha e errante. Engraçado como eu coloquei esse papel no pedestal quando mais jovem, e agora tudo que eu desejo é me livrar dele. Estabilizar-me. Ter um lar e uma família. Um lugar para retornar. 

Mas estou presa no labirinto que eu mesma criei para mim. Como um vício. 

Uma melancolia e uma solidão é tudo que há no horizonte. 

Eu queria entender o porquê, o motivo, a razão. Mas é apenas o meu fardo.

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