Busco me curar de mim.
Curar o meu egoísmo. Largar mão do controle. Permitir que as pessoas sejam quem são.
Mudar minha percepção. Reagir de maneira diferente. Sentir de maneira diferente.
Enxergar de maneira diferente. As pessoas, os lugares, as relações.
Quero plantar alguma semente, em que o fruto seja bom e as flores saudáveis. Que seja
real.
Desfazer-me do castelo de areia que eu insisto em retornar, em dar voltas e voltas, para
fugir do maior problema dos meus males: eu mesma. O mundo de fantasia, a longo
prazo, só vai trazer arrependimentos.
Qual a cura? Qual o remédio para si mesmo? Sem a ilusão de uma viagem, roupas,
botox, noitadas e sexo. Uma missa será? A religião sempre domou a vida das pessoas,
talvez dê um jeito na minha. Não. Música, meditação, filho ou felino? Qual a graça de
estar em um labirinto sem saber se há saída? Tem solução pra mim, Deus?
Suspeito que o tempo seja a solução. Abstrato, invisível e indomável.
Se eu piorar com o tempo? Mas se melhorar? Penso em desistir, entregar a minha ao
tempo e ir vivendo sem pretensões, com cinismo, sem abalo, como se não tivesse
autorresponsabilidade e entregasse as consequências ao tempo, a Deus, é tudo a
mesma coisa.
Eu quero me livrar da aflição de ser quem sou. Eu quero o simples, a claridade, o desafogo. Separar-me de mim mesma. Haverá algum consolo? Eu acho que eu quero mesmo é me aposentar de ser quem sou.
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