domingo, 23 de agosto de 2009

Eco e Narciso


Eco era uma bela ninfa que vivia nos bosques e fontes e dedicava-se às distrações campestres, mas tinha um defeito: falava demais! Um dia, Hera, revoltada com as tagarelices de Eco, tirou-lhe a voz e condenou-a a repetir somente o que ouvia dos outros.
Um dia, Eco viu Narciso, um belo jovem que caçava na floresta, e apaixonou-se por ele. Como não podia conversar, esperava que ele dissesse as primeiras palavras para repeti-las.
Certo dia, Narciso perdeu-se dos amigos e gritou.
– Há alguém aqui?
– Aqui – respondeu Eco, correndo para junto de Narciso.
– Afasta-se! – exclamou o jovem que desprezava as ninfas – Prefiro morrer a deixá-la possuir-me.
– Possuir-me – respondeu Eco.
Narciso fugiu e Eco, arrasada, passou a viver nas cavernas. De tanta tristeza, o belo corpo definhou e os ossos transformaram-se em pedra, restando-lhe apenas a voz.
As outras ninfas, indignadas, clamaram por vingança, pedindo a Nemêsis que Narciso vivesse um amor não-correspondido.
O pedido delas foi atendido.
Na floresta havia um lago de águas tão claras e límpidas que parecia de prata. Fatigado de caça, Narciso parou e inclinou-se para saciar a sede, encantando-se com o próprio reflexo, confundindo-o com um espírito das águas. Apaixonou-se, assim, por si mesmo. Tocou a imagem com os lábios para beijá-la, mergulhou os braços para abraçá-la, notando que ela desaparecia a cada toque para voltar em seguida, renovando-lhe o fascínio.
A vida de Narciso restringia-se a contemplar-se.
– Por que me ignora se te amo tanto?
– Te amo tanto – respondeu Eco.
– Por que não vem para mim?
– Vem para mim.
Desse modo, Narciso deixou-se atrair para a pronfundeza das águas, entregando-se aos braços frios da morte.
Às margens do lago, nasceu uma flor de beleza incomparável, chamada narciso.

1 comentários:

Luciane Vicente disse...

Prezada Sra. Elza

Somos um bureau editorial e estamos trabalhando na publicação de alguns livros didáticos. Um dos nossos autores selecionou este texto acima sobre o mito de Eco e Narciso, porém, para inseri-lo no livro, precisamos saber a fonte. Será que a sra. poderia nos informar de onde retirou essa descrição da lenda?

Agradecemos imensamente a atenção.

Luciane Vicente
Conexão Editorial
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Fone: (11)2295-1082

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