domingo, 11 de janeiro de 2009

Na ponta da agulha vejo anjos dançando.


Era abril, estava fazendo aniversário; as nuvens pareciam pintadas com os dedos em tinta óleo, o vento corria rápido, as mangueiras centenárias brotava mangas já maduras, sorrisos caminham nas calçadas ao sol – mas eu caminhava em um corredor estreito, longo, com a cor de branco morta e sentia um leve frio de dor bater nas minhas têmporas, um silêncio desesperador acompanhava o frio, gritos de choros distantes, era um corredor de hospital. Estive deitada em uma chapa de ferro tão fria que doía, meus olhos estiveram cegos com um forte foco de luz batendo em meu rosto, era uma sala com cheiro de flor crisântemo cheiro triste. Meu braço tão pálido sentiu a agulha penetrar nas minhas veias tão exposta, sentia o ardor do líquido me correr, vi meu sangue pingar no piso branco impecável, então lágrimas escorreram feito riachos na primavera; as vozes ficavam mais distantes, logo já não ouvia passos tensos, adormeci profundamente em um sonho febril, uma tragédia iminente.
Elza del Castilo.

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