segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Na rua, na chuva.

Manhã chuvosa, esse é o verdadeiro espírito de dezembro. Saía do colégio, andando pelas calçadas escorregadias de havaianas, pés imundos, calças encharcadas, cabelos bagunçados, cadernos e livros molhados. Meus olhos sorriam, mas não era qualquer tipo de sorriso, era o sorriso de sentir e estar imunda da chuva. Sentei-me na parada de ônibus, ritmando com batidas nos pés, meus olhos acompanhavam a chuva até o fim da rua, às vezes quase dobravam esquinas. Sentia-me uma flor-do-campo - não sei o porquê especificamente uma flor-do-campo... Talvez seja o vago pensamento que tive, uma flor bastante singela e uma fina chuva caindo sobre ela, você verá e pensará em solidão azul, mas depois uma paz irá te devorar e verás uma beleza suave.
Elza del Castilo.

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